domingo, 15 de janeiro de 2012

Capítulo Seis

« liberta-me! »

Deveria estar a dormir, mas tiraste-me o sono. Não tu, ele. O ‘ele’ novo grita-me aos ouvidos para ir e não olhar para trás, para ir para sempre. Eu quero, quero ficar ao lado dele e não pensar mais no passado, esse já não existe… A magoa ficou para trás, o sorriso acena-me lá a frente e convida-me a experimenta-lo cada vez mais e mais. Gosto da sensação de dar um passo sem a tua autorização, de mastigar sem o teu conhecimento ou mesmo responder sem ser segundo as tuas ordens. Não sou propriedade tua! Deixa-me ir, deixa-me ir. Larga-me e não voltes mais. Pára de pensar com o coração, pensa com a cabeça, como eu. A maneira como foram as coisas deu-me força para erguer-me e lutar pelo que quero, quero-o a ele! Vou mesmo parar na rua que parecia não ter fim, vou parar ali e olhar de outra maneira para o por do sol. Olhar contigo, tu, ‘ele’ novo. Deixa-me ir, deixa-me ir, quero começar um novo capítulo da minha vida, quero ser diferente. Deixa-me ir, deixa-me ir, liberta-me!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Capítulo Cinco

                       « os dois caminhos que queria evitar… »

                           
Finalmente acordei do meu sonho, percebi na realidade o que estava a acontecer. A realidade à minha volta. Sinto-me bem comigo mesma. Sinto-me viva, invejada. Estou pronta para aceitar os desafios que a vida me prega, como se fossem rasteiras em que podia cair e aleijar-me. Não! Vou levantar-me sempre, acima de tudo e de todos, ninguém me deita a baixo. Ninguém é melhor que nós mesmos, acreditar no nosso ‘eu’ é a chave da confiança. Ver a rua ficar para trás e o meu destino cada vez mais perto faz-me querer andar mais, e mais, e mais. Vou desviar-me de tudo o que se puser no meu caminho, sou forte, sou capaz. A falsidade é uma grande fenda no chão que está sempre aberta e convida-nos a entrar, recusei, irei recusar sempre! Não me baixarei ao teu nível, sou melhor que tu. Não rebaixarei as minhas palavras, não mereces. Não sou mais uma menina indefesa, sou uma mulher de armas. Não me metes medo, venham cinco ou seis, nove ou dez. O futuro não me mete medo. Cheguei a uma rotunda, uma das direções vai ter que ser, mas vou sempre contornar o meu coração. Nunca o irás despedaçar. Deparo-me então com os dois caminhos que queria evitar… 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Capítulo Quatro

                                                                   << reviravolta. >>


Não dormi sequer, o telemóvel não me deixava descansar. O coração parecia ser seu aliado como se quisesse que eu ficasse presa ali. Não fiquei, mas estou tentada a ficar. Não eras tu, era ele, um ele novo que apareceu como se por magia, como se alguém o tivesse chamado para eu finalmente parar o meu caminho. Não sei se vou parar, mas abrandou. O caminho parece ter-se tornado mais curto e com um brilho ao fundo do túnel. Acho que não estarei pronta, mas depois de tudo o que tu me fizeste sinto-me capaz de enfrentar o maior exército do mundo, as pessoas mais rudes e cruéis. Sinto-me superior e grandiosa, não me deitas-te a baixo, não ias conseguir… Eu sabia. Ergui-me sempre que o tentas-te. Tudo foi sem êxito, nada nem ninguém me irá mudar, eu sou assim. O novo ele é inocente, não pretende continuar o que acabas-te, pretende começar do 0 e conquistar o território, confiança e amizade. Quero conhecê-lo e tentar parar um pouco nesta rua, descobrir o que tenho a descobrir. Foste-te embora com o vento, como uma folha no Outono que nunca mais volta àquela árvore, e assim será, nunca mais voltarás para mim, eu não te quero mais. Resta-me olhar para o pôr-do-sol e esperar pelo dia de amanhã. Ele é o meu novo ‘ele’, deu-se uma reviravolta.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Capítulo Três

                                     « um ponto final, irei conseguir?»                                   


Sonhar. Os sonhos são realidades nossas, só nós vivemos aquela história, desejo. O meu sonhar já não grita desalmadamente por ti, ignora e passa a frente. Já não pertences á família de palavras de felicidade, és passado. Consegui dar os primeiros passos sem recuar, sem questionar-me por ti, tu já não estás aqui e eu percebi isso… Não acordei durante dois dias, porque tudo que te disse e fiz não parecia a realidade. Dar um passo e encarar-te devia de ser o mais correto a fazer, mas não, não sou capaz. Passar por ti, tu agarrado a outra e eu não reagir é um grande passo. Saí vitoriosa. Já não quero mais tirar este sorriso por ti! Perguntar se estou de facto feliz e não é apenas para lhe fazer ciúmes, porque não é, não me merece mais, eu não o quero mais. Traças-te o teu caminho, e eu vou seguir o meu rumo. O rumo que leva a um sitio desconhecido, mas que eu sei que trará felicidade.  A rapariga que te amou, ama e amará já não existe. Perdes-te tudo o que podias vir a ter, culpa-te por isso. Estou pronta para pôr um ponto final, irei conseguir?
 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Capítulo Dois


                                                             << seguir em frente… >>


Um novo rumo, é o que eu procuro. Largar-te e fugir para bem longe, onde não te possa ver ou ouvir, onde tudo seja mais fácil. Voltei a acordar, e sabes que mais? Não estavas. Estava na hora de vestir-me, agarrar nas minhas coisas, sair de casa e andar pela rua… Sem para onde ir, fiquei presa. De volta aos meus sentimentos, que não me deixam dar um passo, só recuo. Não posso. Recuar não consta na minha escolha de palavras para viver, viver feliz! Ter de sorrir e dizer-te que está tudo bem não é fácil, mas também não é difícil rasgar-te do meu coração. Não mudas-te e continuas a mesma pessoa que me desiludiu, a pessoa que me jurava amar, a pessoa que dizia que eu era especial, acabou. Tudo isso acabou, e não quero o passado. Quero-te longe dos meus sentimentos. Não estás, nem vais estar, seguiste o teu caminho que não pára ao pé de mim, passa e ignora lágrimas, ignoras-me por completo. Olhas para mim como passado, como se fosse um objeto que largas no sótão para não ocupar espaço no teu quarto. Não te perdoo. Tinha de ser forte e tomar decisões. A rua continuava e parecia não ter fim, cheguei ao teu encontro, a minha última paragem. Não olhas-te para a pessoa que te fez sorrir, nem sequer tentas-te espreitar um bocadinho como se não quisesses que eu percebesse. Decidi continuar até me sentir segura, decidi seguir em frente…

domingo, 8 de janeiro de 2012

Capítulo Um

« não te pertenço mais. »

Acordei, olhei para o relógio e senti que algo faltava. Algo que me completava enquanto pessoa faltava. Tu não estavas, e não querias nunca mais voltar a estar, não querias de volta a pessoa que te amou, ama e amará. Tentei não dar a parte fraca, não mostrar-te que tenho sentimentos e sou humana, deixei uma pessoa fria e calma apoderar-se de mim… Não parecias perceber sequer o facto de te ter ser uma razão para sorrir de minuto a minuto. O tempo não pára, e passa, passa, passa, eu fico distante e aprendo a lidar com tudo o que me rodeia, a lidar com os meus medos e receios, as minhas dúvidas e certezas e sobretudo a encarar-te todos os dias como uma simples amiga. Nunca irei mudar por um amor inacabado, irei mudar por um amor vivido, um amor com palavras, não apenas actos. Errar é humano, gozar com o que sentimos não é humano, é egoísta. Tu vais, eu fico, desaparece daqui de dentro e não voltes mais. A vida é uma passagem pequena de mais para brincarmos com sentimentos, para julgarmos pessoas e ofendermos princípios como a liberdade. Estou livre. Não estou só, só nunca vou estar. Não esperas por mim por não quereres, não espero por ti por não mereceres. Não sou mais tua, não te pertenço mais.